domingo, 18 de setembro de 2005

Pequeno Conto (2) - "Conversa de café entre o Vento e o Tempo"

TIC-TAC;TIC-TAC;TIC-TAC;TIC-TAC;TIC-TAC;TIC-TAC;
TIIC.....TAAAAC;TIIIIIC..........TAAAAAC..........TIIIIIIC...........
-Porque paraste?
-Tou farto!!
-Do quê?
-De tudo e todos! Não tenho tempo pra mim, ninguém mo dá!
-Pois claro que não, como queres que alguém de tê o que tu és?
-Sei lá!! Descubram como...
-Não dá, tu tens espírito sofredor. Existes para os outros, que por sua vez existem (e sobressistem) por tua causa, ou por falta de tempo, ou por excesso de tempo, ou ainda sempre a tempo. Nunca falhas, estás sempre lá!
-Hoje não quero estar, não me apetece e por isso vou tirar o dia!
-Hum, interessante... Diz-me uma coisa, o que é um dia?
-Ora essa, um dia é... ou melhor são...pffff... 24 horas?
-Sim e mais, o que são essas 24 horas?
-Hããã... 1440 minutos ou 86400 segundos e por aí em diante...
-É isso tudo, tás correcto. Mas não respondeste! Em que consistem essas medidas temporais que mencionaste?
-Chega! Já percebi onde queres chegar! O dia é tempo, 24 horas é uma medida temporal, no fundo é algo que me mede, eu sou 1 dia, 1 ano, 1 século, 1 milénio, enfim... Era isso que querias ouvir?
-Bravo! Agora explica-me como queres tirar um dia, que no fundo é o tempo que dura 24 horas, horas essas que não existem se tu parares, logo, não podes tirar um dia!
-Argh, que chato tu!!! Já percebi que não posso tirar um dia! Merda! Parece que é melhor voltar ao trabalho.
-Idem, é melhor voltar antes que se esqueçam de mim.


Ass : Desidério Granja (Sob efeito de fortes drogas)